23.3.09

 

Machado e Eça : diálogo na CPLP


Esclarecimento :

Há uma semana publiquei aqui um artigo sobre Machado de Assis e Eça de Queiroz e as relações culturais no seio da CPLP, ainda sob o efeito da brilhante Palestra que o Embaixador Lauro Moreira proferira no dia 4 de Março de 2009, na sede da Sociedade da Língua Portuguesa.

Vim depois a modificar por sucessivos acréscimos e correcções o conteúdo do artigo que agora de novo apresento, numa versão mais abrangente, presumivelmente mais conseguida, dos pontos então aflorados.

Modestamente, aqui fica registado um pequeno contributo para a melhoria da compreensão recíproca dos Povos de Língua Portuguesa, unidos por um passado histórico e cultural comum, base a partir da qual poderá ser construída uma verdadeira Comunidade de interesses meta-culturais.

Assim haja vontade e empenho de todos os seus membros, desde os responsáveis Institucionais até aos mais humildes cidadãos conscientes das potencialidades desta herança comum.

A História tece laços fortes entre os Povos, com momentos altos e outros sombrios. Saibamos exaltar os primeiros e relativizar os segundos, no respeito da personalidade histórico-cultural de cada Povo, se queremos construir algo de valioso e de duradouro.

A Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa pode ser uma boa utopia moderna, de que hoje todos andamos bem carecidos.

Aproveitemos então este espaço inter-cultural, com afinidades notórias e com potencialidades imensas.

AV_Lisboa, 23 de Março de 2009

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Machado e Eça : diálogo na CPLP

A circunstância de ter escutado recentemente uma palestra sobre o grande escritor brasileiro Machado de Assis, proferida com brilho e elevação por Lauro Moreira, distinto Embaixador do Brasil junto da CPLP – Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa – reavivou em mim o interesse por este autor, que fez as minhas delícias de jovem, na fase final da adolescência, fins dos anos 60, início dos anos 70 do século passado.

Depois, subitamente, esse entusiasmo inicial esfriou um tanto; outras descobertas se interpuseram, outras curiosidades, outros gostos surgiram, sem que essa boa impressão da leitura de Machado de Assis jamais se tivesse por completo desvanecido.

Descobri este notável autor brasileiro por sugestão do meu Professor do Ensino Secundário, da disciplina de Português, José Pedro Machado, nome tanta vez por mim elogiado, nunca, porém, o suficiente para resgatar a dívida que com ele contraí, no universo da cultura de raiz portuguesa, principalmente, mas também com fortes incursões nas demais culturas ocidentais.

Desde logo, na clássica greco-latina, onde todas as grandes culturas europeias foram beber, mas também na francesa, na italiana, na espanhola, na inglesa e, com menor contribuição, mas de maneira nenhuma ignorada, na alemã.

Sobre o Brasil, país de que este meu Professor era bastante entusiasta, casado com uma insigne intelectual, a Doutora Elza Paxeco Machado, brasileira de nascimento, mas cidadã nacional também, por ser filha de portugueses, factor que parecia surgido para potenciar as relações que o próprio José Pedro Machado haveria de fortalecer com vários destacados académicos estudiosos do Idioma, como Antenor Nascentes e José de Sá Nunes, filólogos de prestígio firmado nas duas margens do Atlântico.

Quando comecei a ler Machado de Assis, suponho que pelo «Dom Casmurro», romance de fina sensibilidade, de que retive a memória da cativante Capitu e o seu indeciso mistério - traiu, não traiu - o que me surpreendeu, sobretudo, nessa altura, foi a proximidade da sua prosa com a nossa, coisa nunca mais encontrada em autores brasileiros posteriores, nem mesmo em Jorge Amado, cujo padrão de língua ainda se conserva muito próximo do clássico brasileiro e, por isso mesmo, mais semelhante ao nosso padrão literário, sendo porventura por tal motivo que Jorge Amado continua o autor brasileiro mais lido em Portugal.

Em Machado de Assis, há uma leveza de narrativa de suma elegância e os próprios diálogos mantêm a correcção gramatical da norma culta da Língua, coisa que deixou de suceder, como regra, nos autores brasileiros posteriores a Machado de Assis.

Neste aspecto da correcção gramatical e não só entre escritores brasileiros, mas também em relação aos portugueses, quase se poderá dizer que quanto mais recentes pior, registando-se até, entre muitos deles, de lá e de cá, certa displicência ou diversão com a questão da observância gramatical. Dir-se-ia que, em especial em relação a certos autores brasileiros contemporâneos, a Gramática se tornou matéria inexistente, infinitamente elástica ou meramente facultativa, tal o descaso que dela fazem.

Nada disso ocorre com a prosa desenvolta de Machado de Assis. Para lá da sua próvida imaginação, que lhe permitiu elaborar uma obra vasta, deveras original e, por vezes, contra o gosto da época, Machado de Assis, que era casado com uma portuguesa, pormenor aqui certamente nada despiciendo para a proximidade linguística que nele observamos, ganhou, no Brasil, estatuto de autor clássico, justamente venerado, fundador e primeiro Presidente da Academia Brasileira de Letras, culminando com estas atribuições, uma brilhante carreira de escritor, trilhada com persistência, fundada na forte determinação de autodidacta, que assim compensava a extrema humildade de berço, limitação que o talento, quando é exuberante, amiúde consegue romper.

Sempre me seduziu a sua prosa tão elegante e, nesta qualidade, bastante aparentada com certo estilo queiroziano : fino, requintado, preciso, cheio de suavidade e leveza, com a particularidade de na prosa de Machado se notar ainda uma sobriedade maior, com o uso mais parcimonioso do adjectivo, neste ponto, acentuando uma inclinação vincadamente mais clássica no escritor brasileiro.

Contemporâneo de Eça, de quem era leitor, comprovadamente atento e exigente, Machado não hesitou em criticar o seu confrade, arauto, entre nós, das novas modas literárias vindas de França, inspiradas, especialmente para Eça, em Flaubert e Zola, que em Paris, no último terço do século XIX, ditavam o gosto e estabeleciam, para todo o mundo cultivado daquela época, os cânones da escola literária do romance realista e depois naturalista.

Tais cânones estendiam-se então rapidamente, com maior ou menor grau de obediência, a todo o resto do mundo, num tempo em que França ainda impunha estilos e comandava escolas de pensamento, sobretudo na Arte, mas igualmente com forte presença na Ciência e na Técnica, em que Gustave Eiffel dominava com as suas obras arrojadas, combinando, com raro equilíbrio, a solidez da Engenharia com a beleza da Arquitectura, de que em Portugal restam exemplos soberbos, que impressionam, pela durabilidade, resistência e pelo desenho elegante com que foram gizadas.

Machado criticou «O Primo Basílio» de Eça, saído em 1878, em termos algo ásperos, apesar de fundados em leitura cuidada. Excedeu-se, talvez, na acusação que fazia a Eça de este se submeter, com solicitude, a modas francesas, chegando mesmo a acusá-lo de plágio ou muito perto disto, em relação a Flaubert – Madame Bovary/O Primo Basílio – e a Zola – La Faute de l’Abbé Mouret/O Crime do Padre Amaro, críticas de que Eça, inicialmente pouco se defendeu.

Eça, aparentemente, aceitou com alguma bonomia a crítica de Machado, escrevendo-lhe até uma carta amável, agradecendo a atenção que dedicara ao seu «Primo Basílio», sem deixar de reafirmar a sua adesão à nova escola literária, escola essa que nunca inteiramente mereceu o gosto ou a adesão do seu interlocutor brasileiro, mesmo depois da sua fase dita realista, após a publicação das Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881. A esta carta, contudo, não consta que Machado de Assis lhe houvesse respondido.

Eça terá, no entanto, reservado uma nota mais contundente para os que o acusavam de plágio, quando veio a lume a 3ª e definitiva versão do Crime do Padre Amaro, em 1879, no prefácio que então lhe antepôs.

Aí, na parte final do Prefácio, Eça aproveitava para ajustar as suas contas : «Os críticos inteligentes que acusaram «O Crime do Padre Amaro» de ser apenas uma imitação de «La Faute de L’Abbé Mouret» não tinham infelizmente lido o romance maravilhoso do Sr. Zola... A semelhança casual dos dois títulos induziu-os em erro. Com conhecimento dos dois livros, só uma obtusidade córnea ou má-fé cínica poderia assemelhar esta bela alegoria idílica, a que está misturado o patético drama duma alma mística, a «O Crime do Padre Amaro» que, como podem ver neste novo trabalho, é apenas, no fundo, uma intriga de clérigos e de beatas tramada e murmurada à sombra duma velha Sé de província portuguesa.» Este duro reparo poderia ser directamente assestado à crítica que Machado de Assis lhe fizera.

A crítica de Machado a «O Primo Basílio», todavia, se tinha algum fundamento quanto à arquitectura do romance, à falta de sequência lógica de certas passagens, no fundo derivava também de não dissimulado puritanismo presente em Machado, homem de vida muito regrada, pacata e rotineira, casado, fiel e feliz no matrimónio, em contraste com a vida de Eça, solteirão até aos 40 anos, educado na boémia de Coimbra e de Lisboa, viajado, logo desde a juventude, quando em Outubro de 1869, parte para o Egipto, para assistir à abertura do Canal do Suez, na companhia do seu amigo, antigo condiscípulo, no Colégio da Lapa, aristocrata e futuro cunhado, Luís de Resende.

Poucos anos depois, Eça, entrado na carreira diplomática, irá conhecer bastante mais mundo, nas sucessivas colocações consulares que foi obtendo : a primeira em Cuba, em 1872, de onde passa, em missão aos EUA, visitando várias cidades, entre elas Nova Iorque, que nada o seduziu; passa depois, no final de 1874, a Inglaterra, onde ocupa os consulados de Newcastle e Bristol (1878), e, finalmente, chega a França, em Outubro de 1888, quando alcança o disputado lugar de Cônsul de Portugal, em Paris, na época, o centro cultural do mundo, por excelência, onde residiam os mais afamados Mestres de todas as Artes.

Com este percurso de vida, Eça estaria certamente mais receptivo a tratar temas escabrosos, como o adultério, o incumprimento do voto de celibato dos Padres, as aventuras amorosas mais ousadas, tocando até temas como o incesto, no caso de «Os Maias», enfim, tudo o dispunha a encarar com maior à-vontade os fenómenos de dissolução moral da vida social daquele final do século XIX.

Eça, no auge da sua carreira literária e diplomática, morreria em Paris, em 16 de Agosto de 1900; Machado (1839-1908), pouco mais velho que Eça (1845-1900), sobreviver-lhe-ia oito anos, tendo-se grandemente sobreposto os períodos de criação literária mais intensa de ambos, pese a diferença das carreiras e dos ambientes frequentados pelos dois excelentes homens de letras.

Não obstante as diferenças de gostos e de escolas, estes dois grandes romancistas da Língua Portuguesa leram-se e estimaram-se mutuamente a vida inteira.

Curiosamente, Eça foi até mais depressa reconhecido no Brasil do que em Portugal, como escritor de eleição, ali sempre intensamente lido, com enorme entusiasmo, despertando, ainda hoje, em terras de Vera Cruz, imensa simpatia e contando com muitos leitores, neste ponto, talvez apenas igualado pelo Nobel Saramago.

Note-se que foi logo no Brasil que surgiram as primeiras reacções às críticas de Machado ao Primo Basílio. Eça contava aí, já então, enorme prestígio, a ponto de serem os seus próprios leitores a encarregarem-se da sua defesa, perante as críticas, ainda que sérias, desferidas pelos seus pares literários filiados em diferentes correntes estéticas.

Ao contrário, em Portugal, Machado de Assis nunca nem teve muitos leitores, como justificadamente mereceria, permanecendo um ilustre desconhecido quase até aos dias de hoje, como pôde comprovar o Embaixador Lauro Moreira, quando, há poucos anos, procurou nas Livrarias de Lisboa obras daquele escritor.

Em geral, nem conheciam o autor e raras delas dispunham de uma única obra sua. Na actualidade, neste âmbito, felizmente, o panorama melhorou imenso e as suas obras já se podem encontrar, até em edições brasileiras, em muitas das nossas Livrarias.

Este fenómeno, no entanto, atesta uma falha monumental no chamado intercâmbio luso-brasileiro, que tem vivido embalado de declarações pias, porventura bem intencionadas, mas claramente ineficazes dos responsáveis políticos de ambos os países, restringindo-se bastante, na era actual, a trocas de cantores e a produções de telenovelas, com um balanço desequilibrado, bastante favorável ao Brasil.

Naturalmente, este indesejável desequilíbrio contribui imenso para que o Brasil se tenha desabituado de ler e de ouvir o português europeu, bem como a sua variante africana, que, por enquanto, ainda se mantém muito próxima deste, tanto no plano literário, como no da fala comum.

Esta circunstância explica certo alheamento brasileiro e até a sua alegada dificuldade em entender a nossa forma de falar, que, na verdade, enferma de vários vícios preocupantes, quer pela sua profusão na população, quer pela sua contínua progressão, a ponto de a prazo se poder tornar pouco perceptível, mesmo para os próprios portugueses.

Verifica-se, na verdade, um progressivo ensurdecimento do português, na nossa maneira de falar, rápida, mas atabalhoada, cheia de vícios não corrigidos pela Escola permissiva, que descura os preceitos básicos da fonética, da prosódia e da gramática do idioma. Aqui existe, sem dúvida, um trabalho imenso, inteiramente nosso, para desenvolver.

Por outro lado, no Brasil, por falta de contacto com o português europeu, na sua forma escrita, mas, acima de tudo, na sua forma oral, este soa-lhe de um modo cada vez mais estranho.

Chega a ser caricato ouvir portugueses dizer que, no Brasil, se acham confundidos com italianos ou argentinos, por exemplo, nos primeiros contactos ali estabelecidos, numa prova evidente da falta de hábito, de familiaridade, do ouvido brasileiro com a fala lusitana.

Sem audição recíproca, sem verdadeiro intercâmbio cultural biunívoco, aquele que se exerce nos dois sentidos, sem o aumento do conhecimento recíproco das realidades políticas, sociais e culturais de cada país, não haverá progresso, no seio da CPLP, nas relações culturais e outras, e nenhuma retórica poderá disfarçar esta realidade.

Há, assim, um espaço cultural, o da CPLP, que merece maior atenção e carece de reforço urgente, no âmbito das trocas económicas e comerciais, como complemento daquele espaço, dando-lhe expressão real, com base nas vantagens recíprocas, no contexto de um mundo em permanente mutação, em que, para todos, se torna premente descobrir novos mercados e aumentar as transacções.

Dentro deste espaço cultural existe um imenso potencial por explorar. Todavia, para isso, será necessário ultrapassar alguns preconceitos e perder certo receio de falhar eventuais protagonismos, tão irrelevantes quanto de duração efémera, dada a sua convencionada alternância.

Cumpre, a propósito, falar do presente Acordo Ortográfico, que não foi, infelizmente, apesar do seu longo processo de gestação, acompanhado da discussão necessária por parte das instituições especializadas, competentes na Língua, em todos os países membros da CPLP.

Para Portugal, em que o problema do enfraquecimento, progressivamente inaudível, das sílabas átonas é uma realidade insofismável, que ameaça gravemente a oralidade do idioma, na sua versão europeia, a eliminação das consoantes mudas tem uma importância completamente diferente da sentida pelo Brasil, cuja maneira típica de falar, mais pausada e mais aberta, distinguindo claramente as sílabas de cada palavra, quase torna indistintas as sílabas tónicas das átonas, pronunciando-as todas elas com elevada nitidez sonora.

Por outro lado, as duplas grafias não resolvem adequadamente as discrepâncias grafológicas existentes, apenas as consagram, validando, de um ponto de vista legal, pelo Acordo, as conhecidas diferenças, equiparando-as, não se verificando aqui nenhuma adesão por convencimento doutrinário.

Daí que, da parte portuguesa, principalmente, subsistam contestações fortes e o sentimento de que um dos parceiros, o Brasil, obteve nítido ganho de causa, com uma versão ortográfica que lhe fica muito mais próxima da que utiliza desde 1943-45, quando recusou aplicar o Acordo de então, o de 1945, assinado pela comissão conjunta luso-brasileira, que ainda logrou uma primeira homologação do Governo brasileiro, só depois definitivamente rejeitado.

Parece agora repetirem-se sentimentos em lados opostos, com o Brasil achando normal o Acordo e Portugal relutante em o aplicar, apesar da vontade política do seu actual Governo em lhe dar execução.

Acresce que todo o Acordo Ortográfico assenta sempre numa convenção, ainda que não uma qualquer, pelo respeito que deve à índole do idioma, sendo apenas um instrumento de trabalho, não unificando mais que a forma de representar as palavras do abundante léxico português.

Mesmo esta pretendida unificação permanecerá incompleta, pela quantidade de duplas grafias consagradas no Acordo. No resto, a falta de compreensão entre os falantes do universo da CPLP continuará, pelo alheamento recíproco das realidades de cada um dos seus membros. É aqui, por conseguinte, que todo o empenho deverá concentrar-se, se se pretender alcançar, no futuro, alguma coisa de sólido e duradouro.

Portugal e os países africanos de expressão portuguesa poderão ter de pagar um preço elevado, adoptando este Acordo insatisfatório, tido por inevitável, em vista de um bem maior, uma premente necessidade prática: a existência de uma só versão ortográfica, no domínio da Língua Portuguesa, factor sem dúvida importante na expansão internacional do formoso idioma de Camões.

Seria avisado começar, desde já, a preparar uma revisão conjunta deste Acordo, com vista à obtenção de uma versão mais participada, tecnicamente mais competente, mais rigorosa, que melhor satisfaça as sensibilidades dos falantes da Língua, sendo certo que sempre hão-de subsistir imperfeições e que nem todas as objecções ora levantadas poderão alguma vez ser integralmente acolhidas.

Deve ainda lembrar-se a tão falada necessidade de publicação de um Vocabulário geral comum da Língua Portuguesa, bem como dos seus complementos Onomásticos, Patronímicos, Toponímicos, Gentílicos, Vocabulários específicos de Termos Técnicos das diversas disciplinas científicas, etc., etc.

Quase tudo isto está ainda por fazer, prolongando, adiando eternamente a resolução das actuais divergências, particularmente notórias no campo técnico e, em particular, no geográfico, em que aumentam continuamente as discrepâncias, de cada vez que o Mapa político do mundo se altera.

Veja-se, por exemplo, a confusão de designações de países e regiões, até entre nós, originada pela fragmentação política da União Soviética. Ficou, por conseguinte, por fazer um trabalho avultado, para que o Acordo satisfizesse a contento, razão mais do que suficiente para se desencadear, desde esta data, as iniciativas com vista à preparação de um próximo verdadeiro Acordo.

Entre a presente obra imperfeita, nalguns aspectos descuidada, largamente contestada, mas porventura de aplicação inevitável, dada a assinatura dos representantes oficiais de vários Estados da CPLP e a necessidade de alcançar algo de mais perfeito, tecnicamente mais sustentado, que atenda ao maior número possível das actuais objecções, abre-se um imenso campo de trabalho, no qual as diversas Comunidades, por intermédio das suas Instituições mais habilitadas neste domínio específico da cultura, têm forçosamente de se entender, para a preservação de um património histórico-cultural comum, inequivocamente rico, à espera de adequada exploração.


AV_Lisboa, 23 de Março de 2009

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